sexta-feira, 2 de abril de 2010

Crianças dormem na escola para viver a magia da Páscoa

O sol nem tinha raiado nesta Quinta-feira Santa. Na Escola Municipal Coronel Paulino Teixeira, em Monjolo, interior de São Sebastião do Caí, um trio de professoras e servente, de pijamas e com olhos inchados e recém acordados, preparavam e escondiam ninhos pelo pátio. Nas duas salas de aula do colégio, 46 crianças da pré-escola ao 5º ano dormiam, depois de uma noite que teve lanche e cineminha, à espera do coelhinho da Páscoa.


Foi a quarta edição da Noite do Pijama, quando os pais levam os alunos para viverem uma magia da qual só as crianças são capazes. E que aproxima a comunidade de sua escola. Que o diga a voluntária Camila Escandiel, que surgiu vestida de coelho, caminhado na estrada, ainda no escuro da madrugada. Para que o barulho do carro não acordasse os pequenos antes da hora. “O que a gente não faz pela criançada”, brincava, enquanto era conduzida pela diretora Jacqueline Kayser, de pijama em plena estrada.

A confeiteira Daiana Scherer, 23 anos, havia dado mais uma passadinha na noite anterior, quando foi com o marido, João Evanir Scherer, 28, levar mais agasalhos para as filhas Luana, 7, e Ana Carolina, 5. E dar um beijo de boa noite nas pequenas. “Fui eu quem fiz os ovinhos e pirulitos de chocolate”, confessou, cochichando de cantinho.



FOLIA

Por volta das 6 horas da manhã, a diretora Jacqueline Kayser tocou a sineta que normalmente anuncia o recreio. Carinhas inchadas e sorridentes começaram a aparecer nas portas das duas salas de aula. A professora Geane Bueno Nunes e a voluntária Luana Nunes controlaram para que ninguém saísse descalço ou sem agasalho. Logo, começou a busca das caixinhas com chocolates e balas espalhadas pelo pátio da escola.

O coelhinho recebeu muitos abraços de crianças. Alguns com um pouco de receio da figura com roupa de pelúcia e máscara esquisita. “Vou comer só um chocolate... e umas duas balas. É, o resto eu guardo... ou não”, planejava (ou não) Gabriela Bueno dos Santos, 8 anos, enquanto admirava o conteúdo da caixinha recém-descoberta. A amiguinha Léia Aparecida de Paula, 8, estava ao lado: “Se a gente não comer tudo agora, sobra mais para juntar com o ninho de domingo”, aconselhava, sobre a comemoração que ainda haveria em casa.

Augusto Akwa, seis anos revelados mostrando os dedos, colocou um roupão para fugir do frio da manhã e jurava que havia ficado acordado a noite toda. “Ele até quis, mas se entregou no início da madrugada”, revelou a servente Roseli Zimmermann, que também dormiu na sala de aula. Gustavo teve ainda a companhia da mãe, Lisiane Bender Akwa, que é professora na escola.

Franciele Rosa Nunes, 9 anos, também festejava seus chocolates. Era ela quem havia recebido o beijo de boa noite pelo celular, na noite anterior. A mãe a havia trazido quando Iedo Nunes já havia saído para o trabalho. Quando ele chegou em casa, ao fim do expediente, não deixou de ligar.

Depois dos doces, a turminha ainda assistiu a mais uma sessão de filme em vídeo. Em seguida,veio o café da manhã com bolo de cobertura de doce de leite. Às 9h15,ocorreu o sorteio da cesta de Páscoa e do ovo de chocolate de 500 gramas . Foi a rifa que ajudou a pagar pelos ninhos distribuídos na escola. Às 9h45, todo mundo já havia ido para casa. Até segunda, quando a escola volta à rotina normal.

(ACOM Pref. S. S. do Caí)

falasefatos.com.br

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